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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Dublador evangélico recusa fazer a voz de Sean Penn em versão brasileira de “Milk”

E depos dizem que acholhem a todos, sem distinção... desde que não seja homossexual. Pode ser drogado, bandido, fazer filme pornô. Mas bicha, não!

Falta de ética: mesmo com oito indicações para o Oscar®, Marco Ribeiro (foto), de 38 anos, dublador profissional, não aceitou fazer a voz de Sean Penn para a versão brasileira de “Milk - A Voz da Igualdade”. O filme de Gus Van Sant, que levou para casa as estatuetas de Melhor Ator e Melhor Roteiro Original, conta a história do primeiro político abertamente homossexual dos Estados Unidos, Harvey Milk.

O dublador, que já fez a voz de Penn nas versões de “21 Gramas” (2003) e “A Grande Ilusão” (2006), alegou que não teve vontade de dublar pois “tem a voz envolvida com outras questões”. Segundo informações da Folha de S. Paulo da última segunda-feira, dia 23 de fevereiro, Ribeiro é também pastor evangélico e preside o templo Ministério Kairos da Assembléia de Deus, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Marlene Costa, diretora de dublagem de “Milk”, afirma: “Primeiro ele aceitou, depois viu o que era o filme e achou melhor não fazer para não ter aborrecimento. Pediu-me mil desculpas, expôs os pontos de vista dele”. Penn, no entanto, terá sua voz dublada por Alexandre Moreno, novo substituto de Ribeiro. “Não é que [Ribeiro] tenha algo contra homossexuais, é que as pessoas ao seu redor confundem sua profissão de ator com o lado religioso”.

Ainda de acordo com Marlene Costa para a Folha, Marco Ribeiro já sofreu, no passado, acusações e ataques de evangélicos por outros papéis que emprestou sua voz. “Ele não teve sossego, e desta vez as pessoas não entenderiam”, concluiu. No site da Assembléia de Deus Ministério Kairos, Ribeiro condena famílias formadas por homossexuais dizendo que “isto não é modernidade, e sim uma distorção do que Deus disse sobre o que deveria ser a família”.

Contudo, recusar um trabalho pelo seu tema, trata-se de uma grande falta de ética profissional. Tudo bem dublar um drogado, um assassino, um pedófilo, mas dublar um homossexual ativista, JAMAIS. Hipocrisia?



Fonte: http://www.universomix.info/wp/religiao/25-02-2009/6209/