Jorge
Jorge era do tipo comum. Todos os dias acordava às 6 da manhã e se preparava para mais uma maratona, que incluía o trabalho em meio período em um escritório, as aulas de administração na universidade e aulas de música (diziam que ele tocava bem, mas ensaiar leva à perfeição). E entre relatórios e ensaios estava a igreja. Jorge passava boa parte do seu tempo livre por lá, decorando hinos, sendo simpático e prestativo com todos, ajudando nos cultos. "É um bom moço". "Tão diferente da mãe...", diziam algumas senhoras que costumavam passar mais tempo preparando relatórios sobre a vida alheia do que cultivando seu terreninho no céu. Era de conhecimento (velado) de todos que a mãe de Jorge tinha sido dispensada de seu último emprego por limpar não só os móveis da casa, mas também as carteiras. De qualquer modo, ele era do tipo namorado perfeito, futuro marido perfeito. Todas as mães confiavam cegamente em deixar suas filhas ...