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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira

Angustiante. Tenso. Maravilhoso!

Esperei meses para poder assistir à obra de José Saramago nas telonas (sabe como é, minhas duas paixões: literatura e cinema) e, finalmente hoje, consegui.

Antes de falar do filme, propriamente dito, tenho que comentar um fato curioso que aconteceu no cinema. Estava lá, esperando o filme começar, quando duas garotas sentadas na minha frente, perceberam que o filme estava classificado como sendo nacional. Na hora, as duas pattys deram um ataque de pelanca e uma incumbiu a outra de trocar o ingresso para que elas pudessem ver "Mamma Mia!" (quanto à escolha do filme, não posso falar nada, pois não é segredo para ninguém que o Pierce Brosnan ocupa o primeiro lugar no meu "Top 5 - atores sexies do cinema". Ou seja, irei amanhã conferir o musical - mas isso é uma oura história...). As duas "little fúteis" saíram da sala o quanto antes e eu fiquei pensando: será que só eu consigo perceber o "algo mais" do filme? Enquanto estava lá, indignada com a falta de cultura das criaturas, uma senhora ao meu lado diz: "Já foram tarde! Pior para elas, que não sabe o que estão perdendo". Ufa! Minha fé na humanidade não está totalmente perdida...

Mas, voltando ao filme, estava bastante curiosa para ver como o diretor Fernando Meirelles iria conseguir colocar em imagens toda a tensão transmitida pelo livro. Após trocentas versões (vai ver que foi numa dessas que a participação de Sandra Oh ficou resumida a duas falas...) , a história da ruína de uma sociedade atingida pela epidemia de cegueira é, na minha opinião, muito bem contada.
E olha que a história não é nada light!

Li isso em uma resenha e achei perfeito: O foco do filme, no entanto, não é desvendar a causa da doença ou sua cura, mas mostrar o desmoronar completo da sociedade que, perde tudo aquilo que considera civilizado. Ao mesmo tempo em que vemos o colapso da civilização, um grupo de internos tenta reencontrar a humanidade perdida. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais, e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas, também, dos seus mundos emocionais e da dignidade que tentam manter. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente.

É um filme que faz pensar. Sobre nós mesmos, sobre nossos relacionamentos, sobre nossa sociedade, enfim, sobre muita coisa. Sabe aquela sensação de ficar digerindo uma história por dias? Foi assim com o livro e está sendo com o filme. Recomendo!

Se você ainda não viu o filme, deveria. Se não leu o livro, vou repetir o que disse a senhora do cinema: não sabe o que está perdendo!

Confira o trailer:


Um comentário:

Anônimo disse...

legal o blog. gostei!!!!